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Em cartão postal do Rio, ONG pede volta de memorial de crianças mortas

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A Lagoa Rodrigo de Freitas, um dos cartões postais do Rio de Janeiro, presenciou neste sábado (4) o encontro de dezenas de parentes de crianças que foram mortas por balas perdidas no estado ao longo dos últimos anos. O protesto foi convocado pela organização sem fins lucrativos Rio de Paz.

Todos seguravam cartazes com retratos de 49 vítimas. Além de ser um grito contra a violência, a manifestação serviu para cobrar da prefeitura o direito de manter um memorial numa área turística, que fica na zona sul, região mais nobre da cidade.

 No último fim de semana, a Rio de Paz foi surpreendida ao saber que a prefeitura retirou as fotos que ficavam presas em um gradil e formavam o memorial no trecho da Lagoa chamado de Curva do Calombo. Cartazes com nomes de policiais assassinados, afixados pela organização na mesma grade, não foram retirados pela administração municipal.

A dona de casa Thamires Assis segurava a foto da filha, Ester Assis, morta ao ser atingida por uma bala perdida na cabeça, enquanto voltava da escola no dia 5 de abril de 2023, em Madureira, zona norte da cidade. A menina tinha apenas nove anos. Na ocasião, havia um confronto entre traficantes.


Rio de Janeiro (RJ), 04/01/2025 - Thamires Assis, mãe de Ester, vítima de bala perdida aos 9 anos de idade, em 5 de abril de 2023 participa de  nova manifestação realizada pela ONG Rio de Paz com parentes das crianças mortas por bala perdida no Rio na Lagoa Rodrigo de Freitas, onde a prefeitura retirou as faixas da manifestação anterior.  Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 04/01/2025 - Thamires Assis, mãe de Ester, vítima de bala perdida aos 9 anos de idade, em 5 de abril de 2023 participa de  nova manifestação realizada pela ONG Rio de Paz com parentes das crianças mortas por bala perdida no Rio na Lagoa Rodrigo de Freitas, onde a prefeitura retirou as faixas da manifestação anterior.  Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Thamires Assis, mãe de Ester, vítima de bala perdida, protestou na Lagoa Rodrigo de Freitas – Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Para a mãe de Ester, manter a homenagem na Lagoa é uma forma de “pedir ajuda e justiça pelas crianças”.

“É a única forma de nós, pais, gritarmos por ajuda. Isso aqui é para mostrar para o prefeito, governador, para quem [quer que seja], que nossas crianças merecem ser respeitadas, em qualquer lugar em que elas morem”, disse Thamires à Agência Brasil.

Blusa de escola

Ser atingido por um tiro no trecho entre a escola e a casa foi também o destino de Marcus Vinicius da Silva, que tinha 14 anos, quando morreu em 2018., que tinha 14 anos.

Bruna da Silva levou para o ato a blusa de escola que o filho usava quando foi baleado. A mãe conta que o garoto foi ferido durante uma operação da Polícia Civil no conjunto de favelas da Maré, na zona norte. A família acusa a polícia pela morte de Marcus Vinicius.

Ela reforça o pedido para que o prefeito do Rio permita a existência do memorial. “Com tanta coisa para ele fazer, mudar e melhorar nesse Rio de Janeiro, que ele não venha se preocupar com o rosto dessas crianças. Por que essas crianças estão incomodando?”, desabafou.

Ação policial

A ação da polícia também é apontada como causa da morte do jovem Thiago Menezes Flausino, de 13 anos, em agosto de 2023, na Cidade de Deus, comunidade na zona oeste do Rio. Quatro policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM) chegaram a ser indiciados pelo assassinato durante uma troca de tiros.

A tia do rapaz, Ana Cláudia Araújo, defende que a exposição dos rostos na Lagoa é uma forma de chamar a atenção da sociedade carioca para a violência. “A gente está aqui para dar visibilidade aos nossos parentes porque a gente acha importante que esse tipo de ato aconteça. As pessoas da Zona Sul não têm noção da nossa realidade dentro das comunidades”, declarou.

Visibilidade

O fundador da Rio de Paz, Antonio Carlos Costa, classificou como “falta de sensibilidade” a decisão do prefeito Eduardo Paes de remover o memorial sem qualquer comunicação prévia com a organização ou com os pais das crianças.

Costa explicou que a exposição existia na Curva do Calombo havia nove anos, mas sem retratos, apenas cartazes contendo os nomes das vítimas. Só no sábado passado (28) os nomes foram trocados pelas fotos.

Ele chamou de “quebra de simetria” a decisão de retirar apenas as fotos das crianças e manter os nomes dos policiais mortos. “Temos que chorar pela morte dos nossos policiais, mas não podemos nos esquecer de chorar também por essas crianças”, avaliou.

Para Costa, o prefeito ordenou a remoção das fotos em menos de 24 horas após sofrer algum tipo de pressão. “As imagens chegaram a pessoas que não têm interesse na vida dessas crianças, que demonstraram uma estranha preocupação com a ordem pública”, disse.

“É pior para a imagem do Rio de Janeiro [a série] de mortes de crianças por balas perdidas na nossa cidade do que as fotos das crianças mortas por bala perdida no cartão postal do Rio de Janeiro”, declarou.

O fundador da Rio de Paz explicou que a escolha de um cartão postal para fazer o memorial é uma forma de a mensagem chegar a formadores de opinião e representantes do poder público. “Estamos deliberadamente criando um baita de um constrangimento para as autoridades públicas do nosso estado. Elas precisam ser confrontadas”, opina.


Rio de Janeiro (RJ), 04/01/2025 - A ONG Rio de Paz realiza nova manifestação com parentes das crianças mortas por bala perdida no Rio na Lagoa Rodrigo de Freitas, onde a prefeitura retirou as faixas da manifestação anterior.  Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 04/01/2025 - A ONG Rio de Paz realiza nova manifestação com parentes das crianças mortas por bala perdida no Rio na Lagoa Rodrigo de Freitas, onde a prefeitura retirou as faixas da manifestação anterior.  Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Pais participaram da manifestação na Lagoa Rodrigo de Freitas, onde a prefeitura retirou faixas. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Além das fotos das 49 crianças mortas entre 2020 e 2024, a Rio de Paz expôs na Lagoa uma faixa com a frase “Morte de crianças: a face mais hedionda da guerra”. Ao fim do ato, todo o material foi recolhido pelos organizadores.

“Vamos respeitar a decisão que o prefeito tomou. Só vamos retornar as fotos para esse local se ele assim o permitir. Mas fica aqui a expressão da nossa mais profunda indignação”, afirmou Costa.

“Não há a mínima chance de essas mortes continuarem contando com o nosso silêncio”, adiantou ele, que responsabiliza o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, por mortes relacionadas a operações letais em comunidades.

Prefeitura

A Agência Brasil solicitou comentários à prefeitura do Rio sobre o ato deste sábado, mas não recebeu retorno até a conclusão da reportagem. No fim de semana passado, quando houve a remoção do material, a prefeitura informou, por meio de nota, que reconhecia a importância e a necessidade da homenagem às crianças vítimas da violência, mas que retirou o material por não ter sido consultada pelos organizadores para autorizar a montagem da exposição em um local público.

A prefeitura acrescentou que avaliava a pertinência de manter no mesmo local a homenagem aos policiais militares assassinados, “que também é justa e necessária”.

“O município tem total interesse em combater a violência, prestar justas homenagens às suas vítimas e está aberto para debater qualquer tipo de iniciativa, desde que seja previamente consultado”, finalizou o comunicado.

Além das manifestações na Lagoa Rodrigo de Freitas relacionadas às mortes de policiais e crianças, a Rio de Paz é notória por realizar atos de protestos silenciosos nas areias da praia de Copacabana, geralmente com placas, cartazes e cruzes.

 De acordo com a organização, os atos provisórios na orla são feitos sem solicitação prévia de autorização. Apenas uma manifestação teve resistência da prefeitura, quando guardas municipais removeram réplicas que simbolizavam barracos, em 2016. O protesto questionava o legado da Olimpíada, realizada na cidade naquele ano.

 A Agência Brasil procurou o governo do estado sobre a ocorrência de confrontos e balas perdidas, mas não recebeu resposta. A segurança pública é uma das atribuições dos governos estaduais.

Fonte: Agência EBC de Comunicação

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Chuvas colocam São Paulo em estado de alerta para alagamentos

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A Defesa Civil colocou toda a cidade de São Paulo em estado de alerta para alagamentos por causa das fortes chuvas que atingiram a capital no final da tarde de hoje (22). O alerta funcionou até as 18h40, quando as chuvas perderam intensidade.

As chuvas foram mais intensas na zona leste, na região da Subprefeitura de Aricanduva e Vila Formosa, onde foi registrado até queda de granizo. De acordo com os Bombeiros, houve 13 chamados para quedas de árvores na capital e na região metropolitana de São Paulo.

Os maiores acumulados de chuvas, informou a Defesa Civil, foram registrados na região oeste da região metropolitana de São Paulo, principalmente nos municípios de Itapecerica da Serra e Embu-Guaçu.

Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas de São Paulo, as chuvas foram formadas por áreas de instabilidade vindas do interior, formadas pelo calor e a entrada da brisa marítima, que atuaram com moderada e forte intensidade na capital paulista

Para as próximas horas, informou o CGE, são esperadas apenas chuvas fracas e isoladas, o decorrer da noite e madrugada seguem sem previsão de chuvas.

No restante do estado houve chuva moderada ou forte principalmente nas regiões de Itapeva, Vale do Ribeira e Sorocaba, informou a Defesa Civil.


Fonte: Agência EBC de Comunicação

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TCU suspende R$ 6 bilhões do Pé de Meia; MEC nega irregularidades

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Em sessão plenária nesta quarta-feira (22), o Tribunal de Contas da União (TCU) manteve decisão cautelar do ministro Augusto Nardes que suspende a execução de R$ 6 bilhões do programa de apoio educacional Pé de Meia. Cerca de 3,9 milhões de estudantes de baixa renda matriculados em escolas públicas de ensino médio de todo o país recebem o apoio financeiro. A decisão foi tomada por unanimidade, mas cabe recurso. 

Com investimento anual em torno de R$ 12,5 bilhões, o Pé de Meia paga uma mesada de R$ 200 por aluno durante o ano letivo, além de uma poupança anual de R$ 1 mil a quem for aprovado, mas que só pode ser sacada ao final da conclusão do ensino médio. Ao todo, cada aluno pode receber até R$ 9,2 mil ao final dos três anos desta etapa de ensino. Instituído pela Lei 14.818/2024, o programa foi criado para estimular a permanência de estudantes pobres na escola, já que o Brasil enfrenta graves problemas de evasão escolar há décadas. 

Na última sexta-feira (19), Nardes já havia concedido uma decisão provisória para suspender os pagamentos, diante de uma ação proposta pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, do Ministério Público junto ao TCU (MPTCU), que alegou que os valores utilizados para o crédito do programa estavam fora do Orçamento. O alerta foi mantido pela área técnica do tribunal.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Educação (MEC), responsável pelo programa, informou que vai “complementar os esclarecimentos tempestivamente”, assim que a pasta for notificada da decisão. O órgão também alegou que “todos os aportes feitos para o programa Pé de Meia foram aprovados pelo Congresso Nacional e cumpriram as normas orçamentárias vigentes”.

Já a Advocacia Geral da União (AGU) informou em nota ter recorrido da decisão, alegando não haver “qualquer ilegalidade” na transferência de recursos entre fundos e que o bloqueio cautelar e repentino de mais de R$ 6 bilhões “causará transtornos irreparáveis ao programa e aos estudantes”.  

“Caso a decisão do TCU não seja revertida, a AGU pede que seus efeitos ocorram somente em 2026 e, que, nesse caso, seja concedido um prazo de 120 dias para que o governo federal apresente um plano para cumprimento da decisão sem prejuízo da continuidade do programa”, diz o órgão.

Financiamento

O financiamento do programa Pé de Meia se dá por meio de recursos do Fundo de Incentivo à Permanência no Ensino Médio (Fipem), de natureza privada, mas que é integralizado por aplicações e aportes financeiros da própria União, e administrado pela Caixa Econômica Federal. A lei permite que a governo federal transfira recursos ao fundo para que o programa seja operacionalizado, mas, de acordo com a conclusão do ministro, o fluxo de pagamentos não estaria passando pelo Orçamento Geral da União e, por isso, Nardes determinou à Caixa o bloqueio de R$ 6 bilhões da conta.

Já o MEC fica proibido de utilizar recursos oriundos do Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (Fgeduc) e do Fundo Garantidor de Operações (FGO) sem que previamente tais recursos sejam recolhidos à Conta Única do Tesouro Nacional e incluídos na lei orçamentária do exercício em que se pretenda realizar a integralização de cotas do Fipem.

“Na instrução inicial, a Unidade de Auditoria Especializada em Orçamento, Tributação e Gestão Fiscal (AudFiscal) apontou a utilização de valores do Fgeduc e do FGO para a  integralização de cotas do Fipem sem o necessário trânsito pela CUTN [Conta Única do Tesouro Nacional] e pelo OGU [Orçamento Geral da União] e, dessa forma, à margem das regras orçamentárias e fiscais vigentes, como, por exemplo, o limite de despesas primárias instituído pelo Regime Fiscal Sustentável (ou Novo Arcabouço Fiscal) e dispositivos da Lei de  Responsabilidade Fiscal (arts. 9º e 26) e Regra de Ouro (art. 167, inciso III, da Constituição Federal)”, diz um trecho do acórdão que manteve o bloqueio do programa. O tribunal ainda analisará o mérito do caso, sobre eventuais descumprimentos de regras orçamentárias, e aguarda novas manifestações.

Fonte: Agência EBC de Comunicação

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Banho noturno na orla do Rio atrai cariocas e turistas no calorão

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O calor intenso tem levado cariocas e turistas a lotar as praias até mesmo depois que o sol se põe. Registros nas redes sociais no fim de semana e no feriado de São Sebastião (20) mostraram praias como as do Arpoador e do Recreio dos Bandeirantes lotadas de frequentadores durante a noite, e, em alguns casos, os banhistas permaneceram até mesmo durante a madrugada.

A cena se repetiu nesta quarta-feira (22), quando uma multidão lotou nas praias do Arpoador e Ipanema, na zona sul da cidade. O ponto é famoso por atrair cariocas e turistas para apreciarem o pôr do sol, mas a animação dos visitantes continuou após os aplausos ao fim de mais um dia de calor.


Rio de Janeiro (RJ) 22/01/2025 - Onda de calor no verão atrai frequentadores para a praia do Arpoador durante a noite. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ) 22/01/2025 - Onda de calor no verão atrai frequentadores para a praia do Arpoador durante a noite. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Onda de calor no verão atrai frequentadores para a praia do Arpoador durante a noite. Fernando Frazão/Agência Brasil

Apesar do aumento de nebulosidade e do registro de chuva em pontos da zona oeste e da Baixada Fluminense, o Rio de Janeiro teve novamente um dia de altas temperaturas nesta quarta-feira. A máxima chegou a 39,7 graus Celsius (°C) em Irajá, na zona norte. O bairro também registrou a maior temperatura neste ano, com 41,5 (°C), no dia 18 de janeiro.

Segundo o Sistema Alerta Rio, da prefeitura carioca, há previsão de pancadas de chuva rápidas e isoladas nesta noite, que podem ser acompanhadas de raios e rajadas de vento.

A presença de nebulosidade, pancadas de chuva e rajadas de vento se mantém entre quinta (23) e sábado (25). Os ventos devem ser fracos a moderados, e as temperaturas devem variar entre 39°C e 21°C.

O serviço municipal de meteorologia prevê que o clima deve ser influenciado no domingo pelo deslocamento de um sistema de baixa pressão na costa da Região Sudeste, que deve deixar o céu predominantemente nublado, com previsão de chuva fraca a moderada a partir do final da manhã. A máxima deve continuar alta, atingindo os 38°C.

 


Rio de Janeiro (RJ) 22/01/2025 - Onda de calor no verão atrai frequentadores para a praia do Arpoador durante a noite. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ) 22/01/2025 - Onda de calor no verão atrai frequentadores para a praia do Arpoador durante a noite. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Onda de calor no verão atrai frequentadores para a praia do Arpoador durante a noite. Fernando Frazão/Agência Brasil

Fonte: Agência EBC de Comunicação

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