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Turismo e crise climática: os caminhos sustentáveis para a Amazônia

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É início de dezembro em Manaus, e o calor é escaldante. O Amazonas enfrenta a pior seca da história, com níveis de água baixíssimos, como nunca se viu antes. No percurso de lancha até o encontro dos rios Negro e Solimões, o guia indica no horizonte partes de terra do continente e das ilhas que já deveriam estar cobertas por água.

Toda a região sente os efeitos sociais e econômicos da estiagem. Um dos setores mais afetados é o turismo, fonte de renda para boa parte da população. O calor e a seca afastam os visitantes, porque muitas atividades estão prejudicadas.

“Os ribeirinhos sofrem, principalmente aqueles que recebem gente de fora de Manaus. O pessoal que oferece a pesca do pirarucu, aqueles que trabalham com restaurante. Diminuem, por exemplo, as atividades de focagem de jacaré, que a gente costuma fazer durante a noite. E na seca fica muito difícil de ver jacaré. E também atrapalha muito a vida da gente que trabalha transportando os turistas pelo rio, porque nem todos os lugares estão navegáveis”, explica o guia turístico e capitão de lancha Rodrigo Amorim.

 


Manaus (AM), 29/11/2024 - O guia turístico e capitão de lancha, Rodrigo Amorim, conduz uma embarcação pelo rio Negro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Manaus (AM), 29/11/2024 - O guia turístico e capitão de lancha, Rodrigo Amorim, conduz uma embarcação pelo rio Negro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O guia turístico Rodrigo Amorim diz que os ribeirinhos sentem os efeitos da estiagem – Tânia Rêgo/Agência Brasil

O cansaço é visível no rosto de Daniel Hanrori, indígena do povo Tukano, que lidera uma aldeia com 38 pessoas de diferentes etnias na região do Lago Janauari. No período de seca, parte do grupo se desloca para um acampamento perto do rio, que fica a duas horas de distância da aldeia. São entre quatro e cinco meses vivendo de um jeito improvisado, para conseguir receber os poucos turistas que ainda aparecem e alguma renda para sustentar as famílias.

“Aqui, quando tem temporal e ventania, é muito perigoso. É muito violento o vento aqui, então a gente corre muito risco. Mas a gente precisa da renda e não pode parar”, diz Daniel Hanrori.

Ele conversa com a reportagem da Agência Brasil sentado em uma pedra, mais ofegante e com muitas gotas de suor escorrendo pelo rosto. Foram 20 minutos de apresentação para um grupo de 15 turistas, com explicações sobre a cultura e danças tradicionais. Além do calor, o cansaço é agravado pela preocupação para manter a aldeia em condições básicas de moradia e alimentação.


Manaus (AM), 29/11/2024 - Daniel Hanrori, indígena do povo Tukano, que lidera uma aldeia com 38 pessoas de diferentes etnias na região do Lago Janauari, em acampamento  improvisado perto do Rio Negro, nas imediações de Manaus. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Manaus (AM), 29/11/2024 - Daniel Hanrori, indígena do povo Tukano, que lidera uma aldeia com 38 pessoas de diferentes etnias na região do Lago Janauari, em acampamento  improvisado perto do Rio Negro, nas imediações de Manaus. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Daniel Hanrori diz que os indígenas dependem do turismo e da venda de artesanato para sustentar as famílias – Tânia Rêgo/Agência Brasil

“O número de visitantes está muito baixo, infelizmente. Quando o rio está cheio, a gente recebe aqui de 50 a 60 lanchas por dia. De 8h da manhã até 6h da tarde. Durante esse período da seca, a gente recebe só duas lanchas. E a gente depende muito do turismo e das vendas de artesanato”, complementa Daniel Hanrori. “Afeta também muito a pesca, que fica mais difícil, mais escassa. Em alguns lugares, morreu muito peixe. E tudo isso faz falta. A gente aqui vive 50% do turismo e 50% da pesca.”

Turismo e crise climática

O turismo na Amazônia gira em torno dos rios. A perda de volume, principal meio de transporte, impacta diretamente as principais atividades. Os extremos climáticos de 2024 mudaram até o mais icônico passeio ao redor de Manaus, o encontro das águas. A visualização da mistura da água barrenta do Solimões com a água escura do Negro ficou prejudicada.

Em setembro, a Praia de Ponta Negra, principal balneário de Manaus, foi interditada para banhistas, depois que o Rio Negro ficou baixo da cota mínima de segurança de 16 metros. O Museu do Seringal, que fica no Igarapé São João, foi fechado temporariamente, porque o acesso é exclusivamente pelo rio.

Em Alter do Chão, no Pará, cuja alta temporada costuma começar em agosto, o nível baixo do Rio Tapajós prejudicou o deslocamento das embarcações que transportam turistas para ilhas, restaurantes e estabelecimentos comerciais. O Sairé, um festival cultural realizado em setembro, teve de ser suspenso por falta de demanda.

A professora Isabel Grimm, doutora em meio ambiente e desenvolvimento pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), destaca que, quando se fala de crise climática e turismo, no entanto, há de se pensar também sobre a responsabilidade que o próprio setor possui nos impactos ao meio ambiente.

“O turismo impacta com as emissões de gases do efeito estufa, principalmente por causa dos transportes. E o transporte aéreo é um dos que mais têm emitido gases. Mas há também o uso excessivo de água e de energia elétrica nos locais turísticos, que produzem impactos muito relevantes. Precisamos pensar em alternativas para o que chamamos de turismo de massas, com menores impactos aos ecossistemas”, diz Isabel.


Brasília (DF) 10/01/2025 - Turismo e crise climática: os caminhos sustentáveis para a Amazônia Isabel Jurema Grimm.
Foto: Isabel Jurema Grimm/Arquivo Pessoal
Brasília (DF) 10/01/2025 - Turismo e crise climática: os caminhos sustentáveis para a Amazônia Isabel Jurema Grimm.
Foto: Isabel Jurema Grimm/Arquivo Pessoal

Para Isabel Grimm, toda a cadeia turística deve se envolver na mitigação dos custos ambientais na Amazônia – Isabel Jurema Grimm/Arquivo Pessoal

A especialista reforça que toda a cadeia turística deve se envolver na mitigação dos custos ambientais: os povos locais, as empresas, os governos e os próprios turistas. Um dos pontos fundamentais, nesse sentido, é repensar a própria concentração de pessoas em destinos mais badalados e midiáticos, e valorizar outras experiências possíveis dentro do país. Para continuar existindo nesses novos tempos, vai ser fundamental fazer adaptações e buscar caminhos sustentáveis.

“O Brasil é muito extenso em termos de território e de heterogeneidade de paisagens. Tem muita diversidade cultural e natural. Nossa biodiversidade é muito rica. O nosso turista está buscando novas experiências, valorizar o tempo das férias dele e o investimento que faz. O destino turístico que ele vai visitar está muito ligado aos processos de divulgação. É preciso repensar nos incentivos e fomentos para novos atrativos. Nesse sentido, políticas públicas são importantes. Precisamos dar condições para que as comunidades locais participem das atividades turísticas, se assim elas desejarem. Tudo isso dentro de uma lógica que respeite a capacidade local para receber visitantes, para gerar o menor impacto ambiental possível”, diz Isabel Grimm.

Turismo de base comunitária

A 600 quilômetros (km) a oeste de Manaus, na região do curso médio do Rio Solimões, um programa de turismo de base comunitária tem contribuído para o desenvolvimento local desde 1998. Ele é promovido pelo Instituto Mamirauá, que leva o nome da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, e tem sede na cidade de Tefé. O principal resultado desse trabalho é a Pousada Uacari, que recebe visitantes para uma experiência imersiva na Amazônia.

Entre as metas principais do programa estão contribuir para a conservação dos recursos naturais, promover empoderamento local e o desenvolvimento econômico e social das comunidades envolvidas. Mestre em gestão de áreas protegidas na Amazônia, Pedro Nassar coordena o programa no Instituto Mamirauá e contabiliza pelo menos 11 comunidades beneficiadas diretamente ao longo destes 27 anos.

“O turismo comunitário precisa ser diferente do turismo de massa. Não visa à exploração de atrações com grande quantidade de pessoas, em que elas chegam e saem do lugar como se nada tivesse acontecido. No turismo de base comunitária, os locais têm uma participação efetiva na gestão no planejamento e nas discussões. Não são trabalhadores que vão lá, cumprem a função, ganham dinheiro e vão embora para casa. Os benefícios do turismo precisam ser compartilhados com a comunidade, e precisam ser econômicos, sociais, culturais e ambientais”, explica Pedro Nassar.

O programa do Instituto Mamirauá inclui atividades de pesquisa e monitoramento de tecnologias de saneamento, impactos ambientais, estudos de viabilidade e planejamento turístico, monitoramento ambiental e socioeconômico. E tem como eixo central trabalhar a autonomia das comunidades na gestão do turismo, com geração de emprego e renda, e conservação dos recursos naturais.


Brasília (DF) 10/01/2025 - Turismo e crise climática: os caminhos sustentáveis para a Amazônia - Pousada Uacari Tefé Amazonas.
Foto: Gui Gomes/Divulgação
Brasília (DF) 10/01/2025 - Turismo e crise climática: os caminhos sustentáveis para a Amazônia - Pousada Uacari Tefé Amazonas.
Foto: Gui Gomes/Divulgação

Pousada Uacari proporciona aos visitantes uma experiência imersiva na Amazônia – Gui Gomes/Divulgação

Os moradores envolvidos no programa são afiliados a uma associação local e trabalham em sistema de rodízio, aproximadamente 12 dias por mês. Cada hóspede da Pousada Uacari contribui com a Taxa de Apoio Socioambiental, destinada ao financiamento de projetos e recursos comunitários, como compra de barcos, construção de centros comunitários e rádio de comunicação.

Outra preocupação do instituto é formar multiplicadores, que possam participar de atividades a fim de disseminar conhecimentos para o desenvolvimento do turismo comunitário em outras regiões do país.

“A ideia é passar nossa experiência no turismo para essas pessoas, além de trocar ideias e conhecer outras iniciativas. Mas é tudo muito prático, tiramos dúvidas, ajudamos os que estão começando a fazer turismo. Queremos que possam adquirir algum conhecimento e consigam aplicar dentro da realidade deles. Porque, obviamente, não é uma receita de bolo, cada lugar tem a própria peculiaridade”, diz Pedro Nassar.

Experiências comunitárias

Uma das pessoas impactadas pelo projeto foi Ilana Ribeiro Cardoso, artesã e empreendedora que vive no quilombo de Mumbuca, no município de Mateiros, região do Jalapão, no Tocantins. Em 2018, ela esteve no Instituto Mamirauá e conheceu de perto as iniciativas de turismo comunitário. A partir dali, a Amazônia virou uma fonte de inspiração e aprendizado.

Desde então, faz intercâmbios em regiões que trabalham com turismo comunitário e aplicando os novos conhecimentos no Jalapão. Ela ajuda a organizar restaurantes, pousadas e roteiros para que turistas conheçam de forma mais autêntica a comunidade e a história do quilombo. Entra as experiências, trilhas feitas por antepassados, mostra de plantas medicinais e oficinas de artesanato com capim-dourado.

Enquanto vê as atividades crescerem, Ilana se preocupa com os possíveis impactos de um turismo que não seja sustentável para a região.

“Hoje, não vemos muitos impactos ambientais. Mas, e no futuro? Como ficam meu filho e a comunidade? No Jalapão, tem muitas nascentes, fervedouros, cachoeiras, rios. Somos ricos em água potável. E há pessoas vindo para cá e pensando só na questão do agronegócio, em plantar soja, usar e poluir as nascentes de água”, diz Ilana.

“Daqui a pouco, podem montar um hotel de luxo, e a nossa pousadinha, que é simples, baseada na bioconstrução com adobe, vai ser prejudicada. Eu tenho medo de que o Jalapão possa ser invadido por esse turismo avassalador, que desperte o interesse de pessoas ricas, que não vão cuidar do nosso local e vão destruir a nossa natureza”, completa a artesã e empreendedora.

Ilana defende o turismo comunitário como o único possível para impedir grandes impactos ambientais e aumentar os efeitos da crise climática.


Jalapão (TO), 05/01/2025 - Ilana Cardoso faz colheita de capim dourado. Tursimo na Amazônia. Foto: Ilana Cardoso/Arquivo Pessoal
Jalapão (TO), 05/01/2025 - Ilana Cardoso faz colheita de capim dourado. Tursimo na Amazônia. Foto: Ilana Cardoso/Arquivo Pessoal

A artesã e empreendedora Ilana Cardoso na colheita de capim-dourado no Jalapão – Ilana Cardoso/Arquivo Pessoal

“Quando o turismo é sustentável, envolve cuidado. E quem cuida é a comunidade. Então, o turismo precisa vir de baixo, não de cima. Nós sabemos como cuidar, sabemos a quantidade de pessoas que podem entrar nos fervedouros, no campo de capim, numa vereda, numa nascente. A gente não pensa só na questão do lucro. No turismo sustentável, o guia é local, deixa dinheiro na comunidade e contribui para a preservação da natureza”, diz a empreendedora quilombola.

Série sobre a Amazônia

A reportagem faz parte da série Em Defesa da Amazônia, que abre o ano da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém, no mês de novembro. Nas matérias publicadas na Agência Brasil, povos da Amazônia e aqueles diretamente engajados na defesa da floresta discutem os impactos das mudanças climáticas e respostas para lidar com elas.

* A equipe viajou a convite da CCR, patrocinadora do TEDxAmazônia 2024.


Fonte: Agência EBC de Comunicação

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Familia de Mãe Bernadete move ação de R$ 11,8 milhões por danos morais

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A família da liderança quilombola Maria Bernadete Pacífico, mais conhecida como Mãe Bernadete, entrou com uma ação na Justiça que pede R$ 11,8 milhões de indenização. O processo foi movido contra a União e o governo da Bahia e a quantia seria uma reparação aos três netos da líder que presenciaram seu assassinato, ocorrido em agosto de 2023, quando tinha 72 anos de idade. Ela foi morta com pelo menos 25 tiros.

Mãe Bernadete era uma das figuras à frente das lutas de resistência do Quilombo Pitanga dos Palmares, situado na cidade de Simões Filho, região metropolitana de Salvador. Ela era yalorixá, ou seja, sacerdotisa de um terreiro de candomblé, além de exercer um papel de destaque na articulação política de sua comunidade.

De acordo com o Ministério Público da Bahia, a execução da líder consistiu em uma forma de retaliação, já que ela havia se colocado contra um grupo que pretendia construir uma barraca que serviria como ponto de venda de drogas, no interior da comunidade.

Quatro dos cinco homens denunciados pelo órgão integrariam uma facção. São eles Ydney Carlos dos Santos de Jesus, Marílio dos Santos, Arielson da Conceição Santos e Josevan Dionísio dos Santos. Estes dois últimos foram apontados como os autores dos disparos.

O quinto denunciado, Sérgio Ferreira, é padrasto de Marílio dos Santos. Sua participação teria significativo peso para o caso, pois, ao que consta, seria ele quem teria munido de informações e orientações os autores do assassinato. As autoridades também investigam um sexto homem, Carlos Conceição Santiago, acusado de ter armazenado as armas utilizadas no crime.

A Agência Brasil procurou a Advocacia-Geral da União (AGU) e o governo da Bahia e aguarda retorno.

Fonte: Agência EBC de Comunicação

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Mega-Sena sorteia nesta quinta-feira prêmio acumulado em R$ 10 milhões

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As seis dezenas do concurso 2.819 da Mega-Sena serão sorteadas a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.

O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa. O prêmio da faixa principal está acumulado em R$ 10 milhões.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.


Fonte: Agência EBC de Comunicação

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Brasil tem pelo menos 9 mil estudantes trans matriculados nas escolas

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No Brasil, pelo menos 9 mil estudantes trans estão matriculados em escolas públicas das redes estaduais de ensino. Tratam-se de matrículas de estudantes com o nome social em 14 estados e no Distrito Federal. Dentre os estados analisados, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Norte tem o maior número de matrículas.

Os dados são do dossiê Registro Nacional de Mortes de Pessoas Trans no Brasil em 2024: da Expectativa de Morte a um Olhar para a Presença Viva de Estudantes Trans na Educação Básica Brasileira, da Rede Trans Brasil.

O nome social é o nome que a pessoa travesti ou transexual prefere ser chamada. O uso do nome social é um direito garantido desde 2018, pela portaria 33/2018 do Ministério da Educação, que autoriza o uso do nome social de travestis e transexuais nos registros escolares da educação básica, para alunos maiores de 18 anos.

O dossiê, que será oficialmente lançado no próximo dia 29 nas redes sociais da organização, reúne os dados que foram obtidos através do Portal da Transparência.

No ano passado, São Paulo, com 3.451, Paraná, com 1.137 e Rio Grande do Norte, com 839, lideraram, com o maior número de estudantes trans nas redes de ensino. Os estados foram seguidos por Rio de Janeiro (780), Santa Catarina (557), Espírito Santo (490), Distrito Federal (441), Pará (285), Mato Grosso do Sul (221), Goiás (196), Alagoas (165), Mato Grosso (159), Rondônia (157), Amazonas (67) e Sergipe (58).

Além desses estados, o Maranhão apresentou apenas o total de estudantes matriculados com o nome social entre 2018 e 2014, 74 estudantes.

O levantamento mostra que apenas em cinco estados e no Distrito Federal, o número de matriculas com o nome social aumentou entre 2023 e 2024: Santa Catarina, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo e no Espírito Santo. Em Sergipe, o número se manteve. Nos demais oito estados, o número de matrículas de pessoas trans caiu.

“O nome social na educação básica é uma questão de respeito mesmo e dignidade, não é moda. É respeito e dignidade. Acredito que quando uma pessoa trans é chamada pelo nome que corresponde à sua identidade de gênero, no caso, mulher trans e travesti feminina e homens trans masculino, ela se sente acolhida e reconhecida naquele espaço”, diz a secretária adjunta de comunicação da Rede Trans Brasil, Isabella Santorinne.

Santorinne ressalta que o respeito faz também com que os estudantes continuem os estudos e não abandonem a escola. Dados da pesquisa Censo Trans também da Rede Trans Brasil mostra que de um grupo selecionado de 1,1 mil mulheres trans, a maior parte, 63,9% não possuíam o ensino médio completo. Dentre elas, 34,7% não chegaram a concluir sequer o ensino fundamental.

“Uma educação mais diversa, inclusive, é essencial para combater preconceitos, construir um ambiente onde todos possam aprender e conviver com respeito, independente da identidade de gênero, orientação sexual, raça, cor. Eu acredito também que ensinar sobre diversidade nas escolas também é preparar os alunos para sociedade”, defende, Santorinne.

Além dos dados da educação básica, o dossiê também mostra que, no Brasil, 105 pessoas trans foram mortas em 2024. Apesar de o país ter registrado 14 casos a menos que em 2023, ainda segue, pelo 17º ano consecutivo, sendo o que mais mata pessoas trans no mundo.

Fonte: Agência EBC de Comunicação

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